domingo, 7 de outubro de 2007

O erro que é o futebol português

Herminio Loureiro sucedeu a Valentim Loureiro no trono do futebol português. Poderia pensar-se que são da mesma familia e que se tratou duma herança, mas não. Até porque eles nem são parecidos. Mas deixemos a actualidade mais para o fim...

Óbvio que dificuldades económicas acontecem em todos os campeonatos. No entanto, não custa nada relembrar alguns dos clubes que entusiasmaram os portugueses durante anos a fio no nosso campeonato de futebol:

Nos Distritais da AF Lisboa temos o Alverca. Muitos me dirão " que menção tão tendenciosa!". Acham mesmo? Além de, por diversas vezes, ter derrotado os três grandes, protagonizou a transferência mais cara entre clubes portugueses. Cinco milhões de euros pelo passe de Pedro Mantorras para o Benfica. Como se explica que, passados três anos, o clube tenha desistido do futebol profissional por não ter dinheiro para a INSCRIÇÃO na Liga de Honra?? Na AF Algarve está mergulhado o europeu Farense.

Na 3ª Divisão encontramos emblemas como o Barreirense ( já vai em duas descidas de divisão consecutivas), o Casa Pia, o Oriental e o Lus.Évora.
Na 2ª Divisão, temos o Atlético, o Sp. Covilhã, o Tirsense, o Chaves, o Espinho e o U.Madeira.
Na Liga de Honra também temos vários exemplos de desperdicio de glória e de qualidade. De quem é a culpa?

No entanto, estes ainda sobrevivem. Sem glória mas sobrevivem. Existem aqueles que, simplesmente, desapareceram. Falo de clubes históricos como a CUF e o Salgueiros, que conseguiram carreiras interessantes até na Europa, ou até o Campomaiorense.

Incompetência dos dirigentes, falta de apoios, falta de competição...talvez tudo um pouco contribuiu para estas quedas vertiginosas. É incrivel como capitais de distrito como Bragança, Guarda, Santarém, Castelo Branco, Beja, etc, não conseguem ter uma equipa nos campeonatos profissionais. Mais que isso, é constrangedor que nestes campeonatos não esteja presente uma única equipa do Interior. Isto não é um campeonato português, é o campeonato do Litoral. E, mais que isso, é o campeonato feito à medidas das TV's, que pagam irrisoriamente. Por isso, temos jogos à 6ª e à 2ª feira; no fim de semana, às 21h30... É o campeonato de equipas como o U.Leiria, a Naval e o E.Amadora, que nunca levam mais que 1500 pessoas ao estádio. É, também, o campeonato de equipas financiadas por câmaras e governos regionais, com o dinheiro de todos nós, como é o exemplo do Marítimo, que não passa dum entreposto de jogadores brasileiros de 3ª categoria. E, por fim, é o campeonato de presidentes loucos que levam os seus clubes a caminho da ruína, como é o caso do Boavista e da Académica.

É urgente e óbvio renegociar os contratos televisivos (até porque o futebol é o produto mais apetecível e as televisões não podem ficar sem ele). É urgentissimo voltar ao campeonato das 18 equipas, para haver mais jogos e mais receitas. A Taça Carlsberg é um bom começo mas não é mesma coisa... E, para finalizar, diria eu, que é preciso afastar, duma vez por todas, dirigentes agarrados ao lugar e sem noção das consequências.

Uma última nota para a Mancha Negra, fantástica na forma de protesto contra os jogos a horas impróprias.

1 comentário:

gr alt disse...

Este homem domina. . . acho que até o João Querido Manha concorda contigo, mas se não o fixer é perfeitamente normal ele sabe tanto de futebol como eu de história de arte.