domingo, 30 de novembro de 2008

Da Euforia Ao Balde De Água Fria

O título diz tudo...Quando já eu estava a sonhar com as águas quentes das Bahamas, vem o Candeias e atira-me com um balde de água fria, gelada, directamente vinda do Pólo Norte:
" Carlosss CALMAAA! Ainda falta mais uma eliminatória... " ... ... e pronto, desci à Terra :( :(

Ora cá vamos a isto: ganhei a entrada para a Team Portugal rumo ao WCP mas..ainda temos que disputar uma eliminatória contra outros 9 países, algo que eu desconhecia. Enfim...é a vida e eu e o Filipe Baptista faremos tudo para que Portugal consiga inscrever o seu nome, mais uma vez, no Poker Stars World Cup of Poker.

Vamos ao torneio. Entro calminho, sem grandes pressas...Lá consigo ganhar um pote e subo até às 1900 fichas..até que vem a primeira jogada importante do dia. Um jogador faz raise (não sei bem a quantidade) em early position, eu em MP faço re-raise com Q Q...há 1 call nas blinds, senão me engano, e o raiser inicial call (que já estava um pouco abaixo da stack inicial, com 800 atrás. Flop J x x. Jogador nas blinds check, o short all in, eu call. Ele mostra A J e menos 1 para as contas, fico com 3 mil fichas.

Fico um bocado a jogar poucos potes...começam-se a notar diferenças entre as stacks, o furacão Baptista já se nota, com cerca de 5 mil fichas até que...vem, no meu entender, a jogada decisiva do meu torneio. Ainda estavamos muitos..13/14. No cutoff recebo 4 4 e tinha tudo foldado. Blind a 100..faço raise pra 300. Fold fold..BB re-raise pra 900. Era um jogador com pouca disposição para foldar as suas blinds e que já tinha efectuado alguns bluffs...eu penso: ele está bem, 2500 atrás...tem que pagar mais 1800 a um push..ele só me faz call com A A, K K e talvez Q Q. Sem dúvida, decisão está tomada, Push! Ele faz-me instant call com A K! Sinceramente não entendi...acho que fiz o movimento correcto, joguei para ganhar e voltaria a fazer o mesmo. No entanto, acho que o call dele é totalmente incorrecto..enfim, vamos correr. Coração apertado e tal...mas as quadras lá se aguentam!! 5500 fichas e o outro jogador fica reduzido a 700. Sem comentários...

A partir daqui tudo se tornou fácil e foi quase só gerir. Subi a pulso, cheguei à FT tranquilo, com o Baptista a varrer tudo e ainda consegui ganhar alguns bons potes contra ele.

Até que...ficamos 4, eu dobro um short e o Baptista dobra o outro. Quando menos esperamos, as nossas stacks ficam extremamente equilibradas! No entanto, foi uma situação que durou pouco tempo, eu e o Baptista voltamos a recuperar as nossas stacks. No botão faço raise com A 8, um dos shorts all in com A 4, pouco me faltava para pagar, call. Flop com 8, turn 4...e river sem mentira, ficamos para bubble time. Eu e Baptista acima das 10 mil fichas e o outro jogador com 2/3 mil. All in pré flop, 9 4 vs 3 3...e no river lá vem aquele 4!! Lugares garantidos!

Tava já eu a festejar e tal..e pronto, o Candeias lá foi ler bem a noticia do PokerPT. Enfim...só falta mais um passo, rumo às Bahamas! I Have A Dream...and I BELIEVE!!

Noticia no site PokerPT:

http://noticias.pokerpt.com/18-world-cup-poker/2503-filipe-baptista-e-carlos-branco-irao-representar-portugal-no-world-cup-of-poker.html

sábado, 29 de novembro de 2008

WCP..Será??

Ao fim de 4 horas e meia de jogo, lá consigo o desejado lugar para a final nacional do WCP, a fim de representar Portugal neste torneio organizado pela Poker Stars. Sob o nick Poeira4, joguei com bastante calma no inicio, tendo conseguido fazer três double ups na primeira hora que me deixaram desde logo numa posição bastante confortável. Com alguns altos e baixos mas nunca abaixo das 12 mil fichas, decido entrar numa postura extremamente agressiva quando as blinds sobem para 1000, ainda dou 1 pissadazita, nada de relevante :P

A partir do momento em que ficamos 2 mesas, o meu estilo de jogo é de raise pre-flop 9 em cada 10 mãos, sou super chip leader da mesa e disputo a liderança do torneio com wolf e caicu (Dr. Machine). Quando estamos para o bubble, entro em all in mode até que um idiota com 90 mil fichas, ou seja, muito bem, resolve fazer call com Q Q, colocando o seu torneio em risco, com 2 jogadores abaixo das 20 mil fichas. Eu tnh A 8 ouros e bate o A e 2 ouros no flop. No entanto, no turn bate a única Q que o salvava...e lá se foi o sonho de ser Captain! No entanto, o mais importante estava feito e mesmo assim acabei com mais de 200 mil fichas. Torneio muito positivo e Domingo lá estamos!



Somos 18 a lutar por 2 vagas rumo às Bahamas para o PokerStars World Cup of Poker! Será que é desta que vou ter de perder o medo de andar de avião??? Entre os apurados destacam-se os já referidos caicu (Dr. Machine) e wolf_forex (wolfieAA) e ainda Filipe Baptista.


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Fair Play

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Viva A Justiça Portuguesa

Em momento algum me vão ver a defender a claque No Name Boys. A verdade é que nos últimos dias, este caso tornou-se noticia de abertura dos telejornais, sem se perceber muito bem porquê.

Acho muito bem que tenha sido realizada esta operação. Aquilo que foi descoberto é uma vergonha para o desporto nacional, para o Benfica...mas sejamos sinceros, alguém ficou admirado com o que viu? Anjinhos!

Por falar em admiração: sabem quem é este senhor?

Trata-se de Fernando Madureira, líder dos Super Dragões. Por incrível que pareça, ele escreveu um livro. Deixo-vos com alguns excertos do mesmo:

"O BENFICA é o nosso inimigo mortal. Ponto de honra derrotá-los, dentro e fora das quatro linhas."

Benfica - F.C.P = (1992) - "Depois da festa, foi o fim do mundo. Distribuímos pancada por tudo o que fosse vermelho."

"Surgiu a ideia de criar os ultras portugal com elementos dos super dragões e da claque do Sporting. A primeira viagem foi contra a Itália.(...) No caminho, o Borrego lançou um concurso que consistia em ver qual era a claque que mais roubava (...) Foi o caos em Andorra! Lojas e mais lojas cheias de máquinas de filmar, roupa, tabaco...Tudo à mão de semear. Ficámos em transe."

Corunha - F.C.P (2004) - "Resolvemos pôr-nos atrás do repórter a fazer de otários e a gritar "Porto". O cabrão manda desligar a câmara e diz: "estes gajos do Porto são sempre os mesmos palhaços...". Saltou-lhe tudo em cima. Levaram um tareão e sem telemóveis."

Guimarães - F.C.P (1994) - "Houve um policia que se armou em esperto e deu uma bastonada num gajo. Veio outro por trás, deu-lhe uma sarda, ele ficou lá esticado."

Braga - F.C.P (1995) - "Pelo que se comentava, muito do pessoal tinha notas falsas para comprar os bilhetes e ainda trazer troco."

Setúbal- F.C.P (2002) - "Foi o caos! Entraram cem gajos pela área de serviço e roubaram tudo o que lhes apareceu à frente. Até que os guardas trancaram 16 (...) Foram todos absolvidos. Foi um final feliz."

M.United - F.C.P (2004) - "Nunca vi uma coisa daquelas num free shop. Até montras de ouro tinha. Foram dez minutos. Uma rapadela total."

Juventos - F.C.P (2001) - "Abri o cortinado das hospedeiras e vi o Alexio e o Caveira aos beijos e aos apalpanços (...) Os outros começaram a puxá-las, a dar-lhes surras no cu e a apalparem-nas... Depois, o co-piloto começou a falar comigo a explicar que tinham roubado a carteira ao comandante. Ele estava fodido e já queria aterrar o avião, antes do tempo! (...) Os cães sentiram o cheiro a ganza que os gajos fumaram durante o voo..."

Corunha - F.C.P(2003) - "Só os vi em cima dele a disputarem o telemóvel, a camisola, as calças, o dinheiro. Quando me apercebi do que ele estava a dizer vi que era espanhol. Não queria acreditar que tinham raptado um puto de 17 anos. Os cabrões, como íamos de porta aberta, viram o chavalo e meteram-no para dentro do autocarro. Fiquei cego e enchi-os de porrada. "Vocês, são doidos! Se queriam roubar, roubassem antes de entrar"

Fernando Madureira continua livre como um passarinho.

As Ideias de Ferreira Leite

Sempre ao mais alto nível. Se és eleitor e estás a ver isto, não te esqueças de mais esta grande declaração na hora de ir votar:

João Barbosa ENORME!!!

Varsóvia tornou-se, definitivamente, a cidade talismã para os jogadores de poker nacionais. Depois de há um ano, Ricardo "Lostlucky" Sousa ter ficado em 2º lugar no EPT desta cidade, hoje João Barbosa decidiu elevar o poker português à categoria dos países campeões.

Depois de já este ano ter tido dois momentos marcantes na sua carreira, a entrada para a Equipa Unibet e a vitória no Unibet Open de Madrid, João Barbosa encerra o ano com verdadeira chave de ouro, com a vitória no European Poker Tour Warsaw 2008.

João Barbosa ameaça mesmo tornar-se no jogador do ano do EPT, depois de em 4 torneios, ter ido a ITM em 3 (Barcelona, Londres e Varsóvia). Começava a perceber-se que este ano ia trazer algo de especial na sua carreira nos EPT. Em Londres, João Barbosa alcançou ITM com grande facilidade e classe, espalhando magia pelas mesas londrinas mas a verdade é que no caminho até à Final Table as coisas começaram a não lhe correr bem e acabou por não alcançar o objectivo.

O percurso em Varsóvia não foi nada fácil. João Barbosa raramente teve posição de destaque no torneio, tendo estado em perigo de não ir a ITM depois de perder um pote monstruoso para Dario Minieri. No entanto, lá conseguiu recuperar e entrou no Day 3 em 10º lugar, com 24 jogadores. Este dia foi bastante rápido e João Barbosa conseguiu almejar um dos seus grandes objectivos, a FT, partindo em 7º lugar, como um dos short stacks da mesa, liderada pelo italiano Minieri. Desde cedo partiu para o ataque, com uma postura de "matar ou morrer" e assim foi ao conseguir dobrar com Q 2 contra A 9 do italiano, fazendo dois pares. A partir daí, ninguém mais o parou! Em seguida voltou a dobrar com J J novamente contra o A J de Minieri. Depos elimina Shcerbatskiy com Q Q vs A 5. A sua próxima vitima seria Arnaud, que com o seu 10 10 não chegou para o 8 8 de Barbosa, tendo saído um 8 no turn. Gueorguiev também cairia às mãos do português, fazendo com que João Barbosa chegasse aos últimos 3 jogadores como chip leader destacado, posição que não voltaria a perder. Minieri, à terceira machadada, acabaria mesmo por ser eliminado por Barbosa com 9 9 vs 7 7 pré flop.

O Heads Up foi bastante longo mas esteve sempre controlado, João Barbosa nunca perdeu a liderança. Com muita paciência e engenho, acabam por ir a all in pre flop, A 10 vs J 7: A 7 3 6 6.



Vitória selada com 367 141 € para o primeiro campeão do EPT português.

Ronaldo-facciosismo Já Enjoa!!


Dou por mim a suspirar por uma vitória de Messi no prémio da FIFA para melhor jogador de 2008.

Depois de há um ano Ronaldo mal ter disfarçado a sua irritação por um 3º lugar que já deveria ser um orgulho para si, neste ano a campanha que tem sido criada a seu favor já mete nojo.

A começar pela imprensa desportiva. Pede-se que a imprensa seja minimamente isenta ou, pelo menos, correcta. Não tem sido. Em primeiro lugar cria uma petição a favor da eleição de Ronaldo. Em Espanha faz-se o mesmo por Messi mas aí "já são os lobbies a mexer-se". Ridiculo! Mais: qualquer uma das afirmações idiotas que Ronaldo tem proferido nos últimos tempos passam incolumes, sem a devida apreciação (e crítica, alguém que o chame à razão, POR FAVOR!). Se alguém diz que Messi merece ganhar, comentário dos jornais: mais um ao serviço dos interesses instalados. Se alguém apoia Ronaldo, já não há nada a dizer. Como por exemplo, da votação de Nuno Gomes em Drogba, Van Nistelrooy e Eto'o, para não votar em nenhum concorrente directo de Ronaldo.

Quanto a Ronaldo, alguém que lhe diga para tar calado. As suas constantes declarações estúpidas já metem qualquer português embaraçado com a sua arrogância e falta de humildade. " Sou o melhor, o 2º melhor e o 3º melhor". Sinceramente, o que é isto?

Já agora, o que devemos nós, portugueses, a Ronaldo? Simplesmente nada, temos sido nós a dar muito mais a Ronaldo do que ele a nós. Basta ver as pobres exibições que ele tem feito ao serviço da selecção. Ou será que já ninguém se lembra da miserável participação no Euro 2008?

Neste momento, sou mais um por Messi!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

BPPT Espinho - 4º Lugar!!!

Agora que estou um pouco mais refeito das emoções deste fim-de-semana, vou tentar fazer um resumo da minha participação no BPPT Espinho.

A começar, um grande, enorme elogio à estrutura do torneio. 15 mil fichas iniciais e niveis de uma hora é simplesmente fantástico para praticar poker de alto nível, sem pressas. Em seguida, o facto de serem 30 os lugares premiados, algo que também já defendi num post anterior que também deveria ser prática na Solverde Season.

DIA 1 - 6 de Novembro

Vamos ao que interessa. 19 horas de 6ª Feira, sou colocado numa mesa em que se destaca claramente Diogo "Phounder" Veiga, e que incluia outros 2 ITM, Tiago Pina e Filipe Monteiro. Phounder, desde o inicio, tenta assumir a liderança da mesa mas a primeira jogada de destaque dá-se comigo envolvido. Logo na 3ª mão recebo um sempre agradável A A no UTG+1 e faço raise para 200, já depois de um limp no UTG, recebendo call de mais 4 jogadores. No flop sai 6 4 4. UTG check, eu bet 250, 3 jogadores fold, até que o UTG faz raise para 1100. Confesso, não fui capaz de largar os Ases logo ali e depois de bastante pensar, faço call. No turn sai um reconfortante A para full house. O UTG dá check e eu também dou check. Sei que é uma decisão bastante polémica mas a minha ideia foi dar-lhe a sensação que aquele A também não foi positivo para mim. Neste momento sei que muito provavelmente ele terá o trio de 4 e que apenas há uma mão que me pode vencer. Por isso, dei check, esperando por uma forte bet por parte do jogador. No river sai J e o UTG, tal como eu esperava, faz uma bet de 3500, praticamente o valor do pot. Eu penso bastante sobre a melhor forma de extrair-lhe o máximo de fichas e faço raise para 8500. Depois de cerca de 5 minutos, o jogador acaba por foldar, afirmando que foldou 4 2. Acredito que ele tivesse essa mão embora considere um pouco duvidosa a sua acção pré-flop.

Nisto, ao fim de 3 jogadas, vejo-me com cerca de 21 mil fichas, sendo provavelmente o chip leader do torneio, embora por pouco tempo, pois um jogador noutra mesa decide fazer uma verdadeira parvoíce (não tem outro nome), ficando reduzido a 300 fichas e fazendo double up ao seu adversário. Deixo aqui o vídeo da jogada, porque realmente...só visto!

Voltando à minha mesa, e ainda no 1º nível de blinds, com cerca de 30 minutos de jogo, o Filipe Monteiro (não sei precisar a sua posição na mesa) faz raise para 200 e eu com Q Q faço re-raise para 550. Para minha surpresa, ele faz re-raise para 1750. Pode parece ingenuidade minha mas do que tinha visto até ali, fico com praticamente a certeza que ele está mais forte que eu. Faço o call apenas na esperança de bater uma Q no flop e poder eliminá-lo do torneio. No flop sai J 9 6 e ele faz bet de 3200. A minha leitura mantêm-se e por isso foldo as damas.

De seguida, entro numa fase bastante calmas durante algum tempo, ganhando e perdendo pequenos potes sem grande importância. Segue-se uma fase com jogos absolutamente miseráveis, sendo que mal recebo Q 10 off no Cutoff -1 decido que tenho de fazer raise, tou farto de não ir a jogo. Com a blind já a 200, faço raise para 650 (algo exagerado, sem dúvida) e o Phounder na BB faz call. No flop sai 10 6 4, duas espadas. Faço bet de 1100 e o Phounder call. Turn sai, se não me engano, um 2, faço bet de 1300 e mais uma vez recebo call. No river sai um 3, sendo que ficamos com uma perigosa possiblidade de straight com o 5, ainda que o flush draw não se tenha completado (limitou-se às 2 espadas do flop). Faço mais uma vez bet de 1400 e levo com instant raise para 4200. Este é um pormenor importante. O Phounder estava desejoso de colocar aquela mesa na ordem, que frequentemente não estava a "respeitar" as suas decisões. Ali coloco-o, imediatamente, num flush draw falhado com uma boa mão. Quanto muito vejo-me vencido por kicker ou ainda posso considerar a hipótese de ele ter um set e ter feito slow play até ao river. No entanto, estou mesmo convencido que se trata de um flush draw falhado e confirmo, fazendo o call, e vendo o A J de espadas dele. Belo pote!

Ainda no primeiro dia aconteceu algo que para mim foi uma surpresa desagradável. Ao voltar de um intervalo, notei que me faltava uma ficha laranja de 1000, o que na altura representava um valor bastante elevado. Compreendo que para a organização seja algo dificil de ser reestablecido (eu poderia perfeitamente estar a mentir) mas serve-me de lição para nunca mais sair antes do final da última mão antes do intervalo. O período da troca de dealer torna-se pode abrir oportunidade a estes episódios negativos.
Voltando ao jogo em si, com esta jogada importante com o Phounder, chego ao fim do dia com 24950 fichas, num seguro 40º lugar, sendo que dos 210 jogadores iniciais, ainda restavam 158. A maratona só agora estava a começar.


DIA 2 - 7 de Novembro

16 horas reinicia o maior torneio de sempre realizado em Portugal. Muitos jogadores importantes estão shorts e tentam o tudo por tudo para dobrarem. Mudo de mesa, acompanhado pelo Phounder,e junto-me a outros jogadores como o Hugo "Alive" Almeida, Luis Vale e Pedro Santos, entre outros. Começo o dia bastante calmo, tentando analisar os novos adversários. Noto que os dois primeiros jogadores que referi são bastante sólidos, Pedro Santos está a tentar dominar e agitar a mesa, Phounder precisa de dobrar e entra em all-in mode e ainda temos um espanhol completamente doido que faz jogadas absolutamente ridiculas, como a que faz ao eliminar Phounder. Ao fim de algum tempo, acabo por me envolver num pote que se viria a revelar fundamental para o meu torneio. Pedro Santos faz raise para 1100 e eu faço call com 10 10. No flop sai 5 5 5, para full house. Pedro faz continuation bet de 1500 e eu faço call. Admito que nesta jogada joguei com algum receio, sem certezas da minha leitura. Ou melhor, no flop tenho quase a certeza que estou à frente. No turn sai um J e isso podia complicar-me as contas. Ele volta a fazer bet, agora de 3500 e eu após muito reflectir, faço call. Sei que muito dificilmente posso foldar a uma nova aposta no river. Felizmente para mim, sai uma carta baixa. No entanto, Pedro Santos coloca 9500 fichas e coloca-me numa situação muito complicada. Faço contas e percebo que se faço call e perco o pote, fico reduzido a 8000 fichas, numa posição nada agradável. A minha linha de raciocinio foi: vou jogar para ganhar! Acho pouco provável que ele esteja à minha frente, pelo que tinha visto até aí dele. Faço call e para meu alívio vejo o K 7 de Pedro Santos.

Passados uns minutos, nova jogada. Alive em middle position faz raise para 1100, folda tudo e eu na SB vejo os meus queridos Ases mais uma vez e fico-me pelo call. Flop Q 8 2 (2 ouros). Faço uma bet de cerca de 1/2 pot, 1500 e levo rápido raise para 4200. Naquele momento coloco-o logo em A Q. Muito dificilmente poderia ser outra mão e aqui cometo um pequeno erro: sendo a Q de ouros no flop, ele não poderia estar em flush draw e por isso o push não tenha sido a decisão mais correcta. No entanto, foi o que fiz, Alive fica completamente passado da cabeça, coloca a hipótese de eu ter trio e diz que não pode por em risco o torneio com top pair e top kicker. Pouco depois, volto a ter A A, faço raise para 1200, levo dois call's e Luis Vale, que tinha acabado de perder grande parte da sua stack, faz all in de 6 mil com J 8 de espadas. Os outros dois jogadores saiem da jogada e uma board sem grande história elimina Luis Vale. Com estas três jogadas em 2 horas, a minha stack mais que duplica, chego ao intervalo com 55 mil fichas. Confesso, foram duas horas douradas!

As duas horas seguintes seriam bastante negras. Através de alguns potes perdidos em que o river se revelou negativo para mim, a minha stack reduz-se um bocado, ainda para mais quando pago um all in dum short com Q Q contra K 10. Um K no flop faz-me perder um pote de cerca de 12 mil fichas. Passa algum tempo..acabo por recuperar algumas fichas e já depois do jantar volto-me a envolver num pote muito importante. Alive faz raise em middle position e Pedro Santos faz all in de 17 mil fichas mas não movimenta todas as fichas ao mesmo tempo e não anuncia o all in e, por isso, apenas lhe é permitido apostar 15 mil. Eu com 10 10 faço apenas call, na expectativa do que Alive vai fazer. Ele acaba por foldar e vemos um flop com 8 8 5 (2 espada). Pedro Santos diz "Agora é que vou mesmo a all in". Mete os restantes 2 mil e eu obviamente tenho que fazer call. Vejo A 9 de espadas e logo no turn sai um A. Fico extremamente decepcionado mas o river revela-se recompensador, com um 10 de paus para full house. Fica aqui o esclarecimento para uma pessoa que comentou no Report do PokerPT, dizendo que eu apenas tinha 1 out. Se conheces as regras do poker, o full house é superior ao flush e por isso o 10 de espadas também me dava a vitória. Mais: obviamente que ele tem que fazer all in no flop mas eu não deixo de estar consideravelmente à frente. A minha stack sai bastante reforçada com esta jogada e eis que chega Lostlucky à minha mesa. Foi pouco tempo mas foi muito bom poder jogar com o melhor jogador de poker português. Passados 15 minutos, vamos os dois para mesas diferentes, tendo eu 70 mil fichas. Entro numa mesa repleta de tubarões: Segrob, Oversleep, Filpac, Filipa Lemos e Katrina, ao qual se juntou, passado pouco tempo TCMoreira. Quase todas as stacks são bastante elevadas. Primeiro ainda consigo ganhar um bom pote e chego às 80 mil fichas mas depois inicio a minha recta descendente. A blind começa a subir bastante e cometo o meu primeiro grande erro (e na minha opinião o único) do torneio. Oversleep faz raise para 3500 com a blind a 1600 e eu faço re-raise para 8100 com J J. Podem ver a jogada neste vídeo:

Primeiro erro: o re-raise é muito baixo, o Oversleep sabe que não tem que pagar muito mais e que com a possibilidade de fazer um set no flop pode levar um pote enorme. Segundo erro: não fazer bet no flop. À conversa com ele mais tarde, ele diz-me que imediatamente me coloca num par de mão e eu ao mostrar fraqueza perante o A no flop, estou perdido. No turn, ele aposta metade do pot e eu faço fold. Não perdi a jogada no turn, perdi-a no pre-flop e no flop.

A minha stack cai...cai...e cai ainda mais quando pago o all in de Isabel Carvalho com Q Q contra A A. Board sem história e lá vou eu cada vez mais para baixo. Antes do intervalo uma pequena referência para o verdadeiro show de Fernando Pinto Basto, que folda K K em pre flop perante o all in de Isabel Carvalho, que mostra, de novo, A A. Este grande momento valeu-lhe a maior salva de palmas da noite.

Voltando ao meu jogo...vários potes perdidos levam-me a uma queda dramática até às 22500 fichas no intervalo, com a blind a 3000 e 42 jogadores em jogo. O sonho parecia que cada vez mais ia morrer na praia, mais uma vez. Vou até à praia, dou uns berros, peço que a estrelinha apareça...e volto para o Casino mais confiante que nunca. Entrei em "modo surviver"! No entanto, a minha stack ainda desce até às 15 mil fichas até que faço all in no Cutoff com 9 8 off. Filpac após muito pensar faz fold e Fernando Pinto Basto, que tinha feito limp no UTG, faz call com A 10 de espadas. Flop sai Q 10 x. Fico com gut shot e backdoor flush. No turn sai um 7 de copas, ficando com open hand e flush draw. Os dois draws acabam por se completar no river com um 6 de copas, para flush. Foi o primeiro de 2 all in's em todo o torneio em que parti atrás. Dobro para cerca de 37 mil fichas. A blind volta a subir e entramos nas últimas mãos do dia, quando percebemos que não vamos achar o bubble boy no dia 2. Até que chegamos à penultima mão do dia, onde a estrelinha voltou a comparecer. Filpac faz raise UTG para 9000, folda tudo e eu na BB volto a ver os meus amigos A A. Vou a all in, Filpac instant call K K e fica aterrado ao ver a minha mão. A board ainda assusta, no turn ele fica com 6 outs para vencer mas felizmente isso não acontece e cá estou com 70 mil fichas.

Agora vem a parte má da história. Com a emoção do double up numa altura tão decisiva, deixo o jogo prosseguir sem confirmar o número de fichas. Quando me dou conta faltam 9400 fichas!!!!! Arma-se uma grande confusão, acho que é compreensível a minha revolta, depois do que já tinha acontecido no dia anterior, e logo numa quantia tão considerável. Percebi que não havia nada a fazer e tive que tentar esquecer o sucedido. Não foi fácil, ainda dei bastantes voltas na cama. Tinha que ter confiança que o dia seguinte iria correr bem.

DIA 3 - 9 de Novembro

O dia decisivo chegou. O dia anterior acabou com 36 jogadores, média nas 80 mil fichas, eu com 60400 no 24º lugar. Ou seja, a minha atenção naquele momento apenas se centrava em chegar a ITM, tinha 12 jogadores atrás de mim, só tinham que perder 6. As eliminações sucedem-se até que chegamos ao ansiado "bubble boy time". Chego a esta fase com cerca de 45 mil fichas, numa situação nada fácil. Na mesa ao lado, um all in acaba em split pot e a aflição continua até que...

Renato Manenti, short no UTG, faz limp (blind a 6 mil) e eu em middle position faço all in. Podem ver o resto neste vídeo:

Neste momento, objectivos redefinidos: a Final Table passa a ser o grande objectivo, pois a diferença de pagamento entre o 30º e o 10º era muito pequena. É com este objectivo que pouco tempo depois pago o all in de Francisco Ortega com A 8 na SB. Neste momento tinha cerca de 115 mil fichas e o all in era de cerca de 40 mil, eu calculo que no máximo vou correr. O all in de Ortega foi no botão e por isso pode ter sido com any two. Ortega tinha 2 2 e lá vou eu correr. No flop sai um A mas com turn 2 e river 2, Ortega faz poker.

A blind sobe, sobe, os jogadores vão caindo, ficamos 23 jogadores e tou short com cerca de 40 mil. Entretanto acabo por foldar algumas mãos bem razoáveis, tendo a consciência que não é a melhor altura para pagar all in's de outros jogadores, tendo até atirado fora A J suited na BB, perante um all in em middle position. Em seguida, folda tudo e no botão faço all in com Q 8 off. A SB folda e a BB paga sem ver as cartas. Achei isso bom mas não tanto quando vi K J de copas. No flop bate Q 6 3 (2 copas). O flush draw acaba por não se concretizar e no river ainda completo o trio de damas. No entanto, continuo ainda com uma stack baixa em relação à média e quando já só estamos 18 jogadores, ou seja, já no 2º nivel de pagamentos e todos com a cabeça na FT, faço re-raise all in com A 8, tendo levado call do raiser inicial, Diogo "Diegoplayer" Salvini com 10 5. No flop sai um 8 e apenas no river sai um 5, dando-me finalmente um double up para uma stack acima das 200 mil fichas.

Os jogadores continuam a cair e chegam à minha mesa Ezgam e Paulo Sarmento. Logo ao inicio, Paulo Sarmento faz raise na SB para 35 mil, com a blind a 16 mil, e eu na BB com K 10 de copas faço call. Flop bate merda estrume cócó. Paulo faz check e eu sinto que o roubo dele está condenado ao fracasso. Faço bet de 45 mil e ele faz call. No turn bate esterco e ele novamente check. Neste momento sei que com uma bet elevada ele vai fazer fold, nota-se claramente que falhou a board. Faço bet de 65 mil, ele pergunta-me quanto tenho atrás. Começo a contar e quando chego aos 80 mil, ele folda. Um pote fantástico que me permite subir acima das 300 mil fichas e aí sei que dificilmente a Final Table me fugirá. Entretanto consigo ganhar alguns potes pré-flop, o Ezgam ainda me obriga a foldar 7 7 na BB. Havia decisões dificeis para tomar mas quase sempre decidi bem. Numa das jogadas, faço raise com K J de espadas e levo com all in de Larraitz, que era inferior ao meu raise. Vejo A 6 off. No flop fico em flush draw e no turn com gut shot na dama, mas apenas sai um J no river e perco um pote de cerca de 80 mil fichas. Nada de grave, pouco depois, a mesma Larraitz faz all in de cerca de 70 mil com A 10 e eu faço call com 10 10. Board sem história e elimino mais uma jogadora. Um pouco antes, tinha eliminado João "Luidgi" Costa em all in de pré flop com A Q contra 10 9. Faço trio de damas e elimino o 6º jogador em todo o torneio.

Com a eliminação de Kitten no 11º lugar, ficamos para o bubble boy da Final Table, lugar que ficou a cargo de Daniel Lopez, o tal espanhol louco da 1ª mesa do dia 2, péssimo jogador e com uma sorte inacreditável, ganhando inúmeros all in's com runner runner. Aqui fica a jogada em que ele é eliminado:

O grandioso objectivo estava alcançado: FINAL TABLE!!!


As stacks estavam todas bastante iguais, sendo que João Amorim encontrava-se um pouco destacado com 630 mil fichas, mas todos os outros andavam por voltas das 300/400 mil fichas. Eu estava em 3º lugar com 395 mil fichas mas isso pouco queria dizer. Começo bem, ganhando dois potes interessantes mas depois vem um total deserto de jogos, onde devo ter tido cerca de 24x 9 2.

Ezgam cai no 9º lugar numa corrida de 4 4 contra A J de João Correia e logo depois, Ortega, que perdeu vários grandes potes, perde em 8º com K 9 contra A J de António Domingues.

O deserto de mãos e o avolumar da blind, 30 mil, faz com que a minha stack se reduza. Numa jogada na BB, Paulo Sarmento no botão faz raise e eu com 6 6 faço all in, necessito de colocar algum respeito perante as minhas blinds, que estavam a ser constantemente fustigadas. Paulo Sarmento pensa imenso e acaba por foldar 7 7. Que alívio enorme!! Mais tarde, acaba por ir a all in com a mesma mão e é derrotado pelo 6 6 de João "Pi" Correia. Ficamos 6 jogadores: eu com 336 mil e Mikel com 355 mil somos os short stacks. Quando via a minha situação bastante complicada, numa guerra de blinds, Katrina faz all in com A 9, leva call de Mikel com 5 5. Sai o 9 no flop e Mikel fica com 12 mil fichas. Logo a seguir, a mesma Katrina com Q Q elimina-o contra K 10.


Passo a ser o destacado short stack da FT. Na primeira oportunidade, dou all in no botão com K 8 e recebo call de João Amorim com Q J. Apenas sai um 8 no river e double up para 550 mil fichas. Confesso que não consegui jogar com um range de mãos tão alargado como os outros jogadores, principalmente António Domingues e João Correia, que estavam constantemente a colocar imensa pressão na mesa. Isso fez com que mesmo antes do intervalo tenha ido de novo a all in, agora com A 9 e call de Katrina com 6 6. A no flop e passo para o 2º lugar, com 710 mil fichas.

Nesse intervalo é discutido um eventual chop, devido ao facto de já passar das 2h da manhã e o casino ter que fechar às 3h da manhã. Perante a possibilidade de ter que continuar o jogo no dia seguinte, o chop é aceite pelos 5 jogadores, sendo que ficam reservados 2500 euros para o 1º classificado.

O jogo acelera e Katrina é logo de seguida eliminada na 5ª posição. Pouco depois, Tozinho faz all in com K J e eu faço call com A 9. Se ganhasse este all in ficaria chip leader destacado com 3 jogadores mas a verdade é que ele faz trio de J. Logo de seguida, no botão faço all in com 9 8 de paus e o mesmo António Domingues faz call com J J. O flop ainda me traz o 9 mas não chegou. A minha participação terminava aqui, no 4º lugar.

Só agora que estive a relembrar todo o torneio sinto que isto aconteceu mesmo. Só posso estar imensamente feliz pelo que fiz neste torneio, tanto pelo dinheiro que ganhei mas acima de tudo pelo nível de jogo que mostrei. Talvez um pouco tight mas seguro. Admito, tive estrelinha mas também fiz por merecê-la.

Palavras finais para algumas pessoas. Referência para o Velez, esteve em grande no 1º dia mas foi abaixo no 2º dia, melhor sorte para a próxima; Alive, jogo muito consistente e certinho, foi pena morreres na praia; Luis Vale, mostrou bastante qualidade mas este não era o torneio dele, nada lhe corria bem; Yuran, um torneio de altos e baixos mas sempre a impôr respeito, a jogar assim mais tarde ou mais cedo também estarás na Final Table; Zumy, obrigado pela simpatia e humildade de dar os parabéns a todos os finalistas, fica sempre bem a uma referência como ele é; Oversleep, o jogador mais inteligente que encontrei, tudo o que ele faz tem uma explicação e tem lógica, jogador fabuloso; Lostlucky, pelos 15 minutos na mesa com imensa boa disposição e pelos minutos de boa conversa, uma estrela sem tiques de vedeta; Francisco Pinto Basto, um grande senhor, muito sábio, aquele fold de K K é para ficar nos livros; ao Horus, por me ter acalmado naquele momento mais complicado no final do dia 2; e a todos os finalistas mas em especial aos 4 últimos, Katrina, João Amorim, João Correia e António Domingues! Foram grandes!

Agradecimento também para todos os que me apoiaram no report do PokerPT ou por SMS: Pedro Ferreira, Portillo, Ferro, Carlos Lopes, Candeias, Meireles, Jota, Mitul, o meu irmão e até o grande RugbyWolf (espero não estar a esquecer-me de ninguém).

Obviamente, palavra final para o grande António Torres! O torneio não correu como ele esperava, quedando-se pelo 74º lugar, mas foi mestre a pedir cartas. Ele, como ninguém, soube trazer as cartas certas para os meus decisivos double ups! Obrigado por todo o apoio!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Que País É Este?

Que país é os EUA onde a imprensa, que deve ter como príncipio a imparcialidade e o dever de relatar a realidade dos factos, declara apoio a um candidato à presidência?

Eu também apoio Obama mas eu sou um Zé Ninguém! Imaginem o que era se em plena campanha eleitoral, o Diário de Noticias ou o Público decidissem apoiar Sócrates ou Manuela Ferreira Leite ou lá quem fosse? Não dá para imaginar pois nã0?

O Xistra É Que Sabe