quarta-feira, 22 de julho de 2009

Solverde 2009 Julho

Ora bem, esta etapa de Julho foi bastante atípica em relação a etapas anteriores, pois normalmente começo muito calmo, avaliar a mesa, e depois sim tento atacar um pouco mais. Pelas oportunidades que tive, desta vez consegui cedo cimentar uma boa stack. A minha mesa era no geral fraca mas nem por isso muito agradável de lá estar, pois tinha muitos calling stations, pescadores, jogadores de praticamente any 2. Para ter sucesso, seria preciso paciência e não pensar em grandes moves, pois iria ser colado praticamente sempre. A destoar, tinha 2/3 jogadores hiper tights.
No período de rebuys apenas especial importância para um pot em que faço raise com 99 para 300 (blind 100) e levo call da maior calling station da mesa. Flop vem 943 e dou check call a 600, no turn Q e volto a dar check call a 1k. Aqui joguei mal, é o tipo de jogador com quem deveria ter feito mini raise e deixá-lo commited. Ele fica com 2k atrás e no river vou shover qualquer carta. Vem x e eu shovo...ele após pensar faz fold. Ok 1º erro mas um bom pote. Acabo o este período com 8k, com add-on passo para as 13k. Logo a seguir: 4/5 limps (blind a 200) e eu complete na SB com T6 de espadas, com um pressentimento que ia bater à boi, o que se concretizou com um flop J53 de espadas e toda a mesa faz check. No turn vem K, eu bet 550 e levo 3 calls. River x, disparo 1500 mas todos fazem fold.
Pouco depois, faço raise utg com KK para 650 e levo 3bet do button para 2,5k, que até aí apenas tinha jogado uma única mão. Isto deixou-me algo apreensivo mas ao fim de 30 segundos penso "Lamento, mas não sou capaz de foldar KK num Solverde" e shovo, levando insta call. Aqui fico deveras preocupado mas o button mostra AK, board sem história e vejo-me com 26k no 3º nível de jogo.
Subida aqui, descida ali, vou oscilando por volta das 24/25k durante uns tempos em que vou cheirar alguns flops que não batem até que tenho outro pot importante. UTG+1, mega donk, faz limp (blind 400), existem mais 2/3 limps e eu na SB tenho AKs e faço 3bet para 2,5k, levando apenas call do UTG+1, que deixa 3k atrás!!!! Flop vem 974 rainbow e eu ali só posso atirar as 3k restantes dele, ele faz call de 66, que jogada absolutamente horrível. Turn vem 9 e ganho alguns outs, river K e assim dou uma pissada, que acaba por ser algo merecida, pela forma inacreditavelmente má como ele jogou preflop. E vejo-me com cerca de 34k.
A partir daqui foi o vazio, sem mãos minimamente jogáveis, tive que andar a inventar um pouco, aproveitar alguma inexperiência de certos jogadores, como numa mão em que a BB pensava que era UTG e ia mandar as cartas pra muck, eu sei que a SB é mega tight e resolvo atacar estas blinds (que na altura já eram 600), pequenos pormenores que por vezes podem fazer diferença. Acabo por nesta fase disputar alguns potes contra a maior calling station da mesa, como um AQ numa board T77 num pote de 3k ele faz open shove de 8,5k. Ele normalmente fazia este movimento quando tinha 2 pares+ e acabou por me dizer que tinha 73 (o que eu duvido). Com potes ganhos e perdidos chego ao jantar com 35k e algo confortável, embora soubesse que só agora é que as coisas iam aquecer.
E aqueceram da pior forma. Vem para a minha mesa o maior bully do torneio, o José Martins, e o Esmone, jogador muito bom, e estes começam a dominar a mesa, de maneiras diferentes como é óbvio. José Martins limitava-se a usar a sua monstruosa stack, enquanto que Esmone roubava que nem um príncipe. Como nesta fase estive um pouco card dead, acabei por não conseguir fazer-lhes frente.
Em MP faço raise para 3,2k com 99 (blind 1,2k) e levo shove do CO de mais 11k. Neste momento eu tenho 30k atrás. Opto pelo call porque o jogador estava a disputar diversos potes, pareceu-me que o seu range de shove era alargado e sinceramente não me importo de ir correr neste spot. Para se ter sucesso num Solverde, como diz o Yuran, não se pode ter medo de ser feliz e mesmo que perca o pote, fico apenas um pouco abaixo da média, enquanto que com quase 50k posso começar a enfrentar mais efectivamente o chip leader, que acredito que me poderia dar fichas sem grande dificuldade. No entanto, o CO tem QQ e caio para as 19k. A partir daqui, o meu torneio não teve mais história, completamente card dead, apenas vi um 44 UTG que foldei e a pagar blinds vejo-me com 12,5k com a blind a 1,6k, tudo fold até mim na SB, a BB é um jogador que eu conheço, o Eduardo Ferreira, bastante tight, acabou de dobrar a sua pequena stack na jogada imediatamente anterior, e apenas vejo as minhas cartas por "respeito". Shovo J4o e levo call dele de A9o. Nada de interessante na board e perdia por volta do 100º lugar.
A comitiva estendeu-se a Pedro Zagalo, que já short shovou AQ e levou call de KK. Saiu A no flop mas K no river e assim terminou a sua participação. Já antes João Martins tinha donkado que nem um príncepe, ao perder um pote de 30k com A high. João Candeias ainda chegou ao jantar com 1 BB mas para ser imediatamente eliminado. Melhor participação teve Pedro Ferreira, que manteve um estilo sempre bastante seguro, sem inventar, o que também teve como consequência não conseguir crescer muito a sua stack. Acabou por perder a 10 lugares de ITM, shovando TT, depois de um raise, acabando por levar call da BB com KK e do raiser inicial com A3. O KK aguentou-se e assim terminou a sua participação.
Tinha pensado jogar todos os torneios deste Verão mas entretanto mudei de ideias e, em principio, só voltarei a jogar a Solverde Season em Outubro, em Vilamoura. Até lá, pretendo jogar o Betfair de Espinho (esse sim, imperdível) e um torneio no Estoril no final de Agosto.

1 comentário:

Bruno Branco disse...

Ja estava a ver que não ias escrever mais no blog....Já estava com saudades...:)
Relativamente ao Solverde, a sorte não estava do teu lado...mas melhores dias virão....